Certa ocasião, num
consultório médico, eu li a seguinte frase: "Muitos homens querem ser médicos, muitos
médicos querem ser Deus, e só o Filho de Deus quis ser
homem".
Na sociedade em que vivemos, a cada dia
é maior o número de pessoas que
querem levar vantagem em tudo,
querem impor a sua autoridade sobre os seus semelhantes, a todo custo, sem
levar em conta se isso vai prejudicar ou fazer alguém sofrer. A Palavra de Deus
diz: "Sabe, porém, isto: nos
últimos dias, sobrevirão tempos
difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos,
jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais,
ingratos, irreverentes". (2
Timóteo 3:1-2)
Quando o Senhor Jesus ensinou sobre as
"Bem Aventuranças", no sermão do
monte, que define o caráter do verdadeiro discípulo,
a primeira lição
foi, exatamente, sobre a
humildade de espírito, requesito imprescindível para a
nossa comunhão com Deus: "Bem aventurados os
humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus". (Mateus 5:3)
Humildade não é ser pobre, ter pouca
instrução ou andar mal vestido. A
riqueza não é pecado e pobreza
não é virtude. Portanto, o texto bíblico, em Mateus 5:3, trata de uma
qualidade espiritual e não sobre uma condição econômica ou financeira. Para o Senhor Jesus, o humilde de espírito
é aquele que reconhece que NADA
TEM, NADA PODE e NADA
É, e coloca
toda a sua
vida na dependência de Deus.
O oposto de "pobre de espírito"
seria, naturalmente, o "orgulhoso de espírito" ou auto-suficiente, aquele
que acha que não precisa de Deus nem de ninguém. A Bíblia registra a história do rei Uzias
-(2 Crônicas 26)- que, aos 16 anos de
idade, assumiu, prematuramente, o reino
de Judá, após
seu pai ter sido assassinado. Isso ocorreu no oitavo século
antes de Cristo.
O rei Uzias começou muito bem o seu
reinado, respeitando, humildemente, o Senhor e a Sua Palavra, de forma que Deus
o abençoou de forma abundante. "Mas, havendo-se já
fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu
transgressões contra o Senhor, se Deus, porque entrou no templo do
Senhor para queimar incenso no altar do incenso". (2 Crônicas
26:16) Uzias tinha a unção de rei mas,
desobedecendo a Palavra
de Deus, quis exercer a função de
sacerdote. O sacerdote Azarias e outros oitenta
sacerdotes o repreenderam, por ele
ter transgredido a
ordem de Deus e ele na sua arrogância, se enraiveceu e, como
conseqüência, ficou leproso, até o fim de seus dias. Foi destruído pelo seu próprio orgulho. A soberba é uma demonstração de que a
pessoa se julga auto-suficiente, "dona do seu nariz" e não quer
depender de Deus.
O teu sucesso não pode te afastar da
comunhão daquele que te abençoou. Dentre os Seus anjos, Deus escolheu um querubim chamado lucifer como líder e o transformou no Seu
"braço direito". Ele
era chamado "o sinete da perfeição", andava no brilho das pedras e
era mais sábio que Daniel. O nome
lucifer significa "cheio de luz". Esse anjo, no entanto,
encheu-se de orgulho e egoísmo, por causa da sua formosura e quis suplantar a
Deus. Tu eras
querubim da guarda, ungido, e te estabeleci; permanecias no
monte santo de Deus, no brilho
das pedras andavas. Perfeito eras nos teus
caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou
iniqüidade em ti. Elevou-se o teu coração
por causa da
tua formosura, corrompeste
a tua sabedoria por
causa do teu
resplendor; lancei-te por terra,diante dos reis te pus, para que te
contemplem .
(Ezequiel 28:14,
15, 17)
E este é um dos maiores problemas na vida de muita gente, inclusive dentro
da própria Igreja.
Há cristãos que
se tornam vítimas
do seu orgulho,
se transformam em pessoas
extremamente ambiciosas e
se acham cada vez mais
importantes, deixando a sua vida espiritual em segundo plano.
O
orgulho é um sentimento pernicioso e sutil, que
vai penetrando, aos poucos, no
coração, enfraquecendo a motivação da pessoa com relação ao plano de Deus, mudando o foco do seu querer e do
seu agir. Devemos seguir o bom exemplo deixado
por João Batista, quando disse, olhando para o Senhor Jesus. "Convém que Ele cresça e
eu diminua" (João 3:30)
Esse
tipo de atitude fez com que João Batista
fosse considerado tão grande aos olhos de Deus, que o próprio Senhor
Jesus testemunhou ao seu respeito: " Entre os nascidos de
mulher, ninguém é maior do que João". (João
7:28) Isso nada mais é do que o cumprimento da
Sua promessa: Quem quiser ser o maior seja como o
menor (Lucas 22)
Na cruz do calvário, a haste vertical
simboliza a nossa comunhão com Deus, mas a haste horizontal representa a
comunhão com o nosso semelhante. A primeira só existe, quando a segunda é
verdadeira! O Senhor Jesus ensinou: "Tomai sobre vós o meu
jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração e achareis
descanso para vossas almas". (Mateus 11:29)
O orgulho está no fundo do coração,
muito antes mesmo de se manifestar na vida da pessoa, como lepra. Precisamos
extirpá-lo, antes que ele se manifeste, destruindo a nossa vida, como fez com
Uzias.
Deus abençoe, em nome do Senhor Jesus.
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